Escrito em 21/01/2012
Aqui estou eu outra vez... Na maior indecisão “volto ou não
volto?”, “começo ou não começo?”, “me jogo ou espero mais um pouquinho?”.
Quando a gente se machuca, geralmente fica uma ferida. Mas
quando o machucado é na alma, essa ferida não sara nunca. E a gente tem medo de
cair de novo, de sofrer de novo.
Vários meses atrás, resolvi dar início à concretização de um
sonho. A vida vinha seguindo bem direitinho: casamento lindo, curtição da vida
a dois, passeios, viagens, liberdade... E eis que, de repente, começa a faltar
algo. O quê, não sabíamos exatamente. Toca programar outra viagem, então! Toca
pensar em alguma aventura. Mas ainda assim, havia algo faltando... Demorou
alguns meses até descobrirmos que, o que faltava, não era “ALGO”, mas “ALGUÉM”.
E, ao chegar essa consciência, de repente o espírito maternal (aquele que sempre
te disseram que existe...) aflora com tudo!
Sim, depois de mais de três anos de um casamento lindo e
perfeito... vimos que faltava um bebê! E porque não providenciá-lo JÁ?
“Perfeitinha” como sempre tentei ser, cuidei de alguns
detalhes práticos importantes e, um tempinho depois, demos passe livre para a
natureza agir.
Mas... a natureza começou a se mostrar teimosa! Passados
alguns meses, e já conhecedores de alguns empecilhos, intensificamos as
investigações e, de repente, nos vimos no complexo e difícil mundo dos
tratamentos para engravidar.
Foram exatos treze meses, de lutas incessantes, de
concessões, de lágrimas, de medo, de angústia, de dúvidas, de questionamentos.
No meio disso tudo, alguns momentos de extrema alegria, como quando, na segunda
tentativa, a gravidez aconteceu! Mas o sonho durou pouco, a festa acabou cedo...
Com sete semanas, perdemos nossa menininha, por conta de uma alteração
genética.
Depois, em outra tentativa, uma alegria de pouquíssimos
dias: um beta positivo que, uma semana depois, despencou. Mais dúvidas, medos,
necessidade de explicações que não existem... Insistimos mais um pouco e
nada...
Até que um dia, exatos treze meses depois do início, eis que
Deus, a vida, o Universo, nos presenteiam com outra chance! POSITIVO! O
terceiro em um ano! Começou beeeem diferente, um beta baixiiiinho, modesto, que
dava medo de não subir. Mas foi subindo... até que vimos aquele pontinho pulsante
de 0,4cm na tela do ultrassom...
Medo... dúvida... insegurança. Já doeu tanto! Como se
poupar, para o caso de mais uma dor surgir?
E foram passando as semanas, as inseguranças ainda
presentes, mas a ESPERANÇA crescendo junto com nosso feijãozinho.
E eis que nessa semana leio algo muito sábio vindo de uma
amiga muito querida, muito especial, minha querida Lê, que também sabe o que é
ter medo de nunca conseguir ter um filho. Fica aqui o registro para eu não
esquecer:
“Rê, talvez eu seja a última pessoa autorizada
a falar isso para você, mas deixe-se entregar! Não se envolver é impossível.
Você já está mergulhada INTEIRA nessa história. Deixar de viver esses momentos
só ia te tirar alegrias enormes. Mesmo com medo, curta, sonhe, fantasie. Porque
eu já me conformei que medo sempre teremos, não tem jeito, a forma é não deixar
que ele iniba nossas iniciativas.”
E essas sábias e lindas palavras (que sei que são
absolutamente sinceras e demonstram um carinho enooorme por mim!), me
encorajaram a, hoje, retomar um projeto de lá atrás, que inclusive foi iniciado
na minha outra gestação, mas que lá foi interrompido tão bruscamente: fazer um
registro, para o meu filho, de cada momento de espera por ele. De cada
preparativo, de cada emoção, de cada experiência. Porque tudo isso é intenso
demais, é lindo demais, é forte demais, e merece ficar guardado. E porque eu
acredito que uma criança que cresce com a consciência do QUANTO foi amada e
desejada, certamente será uma pessoa melhor e mais feliz.
FILHO, você está há 11 semanas e 3 dias na barriga da mamãe. Hoje você
tem cerca de quatro centímetros, mas já está todo formadinho e é a razão do meu
viver! Dei uma espiadinha em você ontem lá na clínica do Dr. Georges e você
estava todo espoleta, já parecendo seu pai, sem parar quieto um segundo!
E, meu filho, por mais que sua mãe medrosa aqui insista em fingir estar
cautelosa, isso é tudo fachada e só sonho com cada segundinho que passaremos
com você!
Aqui começa o registro da sua história, meu bebê... Uma história que
começou meses atrás, no sonho que alimentamos em ter você conosco. Mas que, por
algum motivo, Papai do Céu atrasou um pouquinho para concretizar. Mas eu
acredito que esse é o nosso momento, que de fato chegou a nossa vez!
Que Papai do Céu e Virgem Maria te abençoem, meu filho! Que você cresça
forte e saudável e logo esteja aqui, ao nosso lado, trazendo sentido às nossas
vidas!
SEJA BEM VINDO, MEU AMOR!
Um beijo, da sua mamãe...
Isso é sacanagem...
ResponderExcluirGrávidas ficam sensíveis e noivas tb, sabia!!! rsrs
Olha a titia babona já chorando aqui.... kkk
Seja bem vindo meu anjo....
Já amo tanto vc, que parece que nem cabe no peito!!!
Tia bobona, desse jeito vai ser um chororô pra tudo que é lado!!! rs...
ResponderExcluirChega, a hora de chorar passou! Agora é hora só de alegria!
Seja bem vinda ao Diário de Bordo do nosso Lipe. E contamos com você para manter tudo aqui atualizadinho e lindo para ele ler um dia!
Beijos duplos...
Ser mae e a coisa mais linda que Deus nos pode oferecer....parabens
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