sábado, 27 de dezembro de 2014

Mãe de segunda viagem...

2 comentários

E os dias estão passando numa velocidade alarmante!
Nossa princesa já ultrapassou seu primeiro mês de vida. Hoje está com 46 dias. Quarenta e seis dias em que eu redescobri o que é ter um recém-nascido em casa. Quarenta e seis dias de redenção pra mim.
Ser mãe do Felipe-recém-nascido foi muito difícil. Sempre o julguei um bebê muito chorão e demandante. Sempre, claro, atribuindo isso ao refluxo que ele sofreu e que, tadinho, o incomodava demais (até porque passada essa fase, a verdadeira personalidade dele veio à tona: ele é uma das crianças mais alegres, felizes e afetuosas que eu conheço!).
Mas é fato que era um bebê chorão e demandante. Lembro da minha licença-maternidade como um período sombrio, onde os dias se arrastavam lentamente, e tudo o que eu fazia era embalar nos braços um bebê que só chorava, independentemente do que eu fizesse em relação a isso. E eu chorava junto. E não comia, não tomava banho, não escovava os dentes, não cozinhava, não fazia nada, além de embalá-lo em meus braços.
E graças a Deus, depois do que pareceram muitos anos, aqueles três/quatro meses passaram, e tudo ficou mais fácil e voltou a ter cor.
Quando me descobri grávida da Nina, tive muito medo de viver tudo isso de novo. Mas agora tinha uma vantagem: já sabia que depois da tempestade, vem a bonança! Então me enchi de coragem para viver outro período sombrio.
E aí, acho que a magia se fez! Misturou-se à mãe cheia de coragem e determinação, a mãe mais experiente, acrescentando-se a essa mistura uma boa dose de amor de mãe (que agora não era mais um ilustre desconhecido!), além de uma boa dose de rotina de casa onde já existe uma criança e, pimba... eis que um novo e incrível cenário descortinou-se à nossa frente!
Marina está com 46 dias. E em nenhum deles eu quis chorar! E em todos eles eu só senti amor, multiplicado por mil. E gratidão pelos meus dois filhos, pela minha família. E culpa. Por entender que, mais que o refluxo do Felipe, possivelmente EU fui a causadora de tanto choro.
Eu, em minha inexperiência e medo, fiquei ansiosa e nervosa a cada minuto, e provavelmente transmiti muito desse sentimento pra ele. De forma totalmente inconsciente, claro! Mas hoje acho que o sossego e a tranquilidade da Nina refletem um pouco do meu próprio estado de espírito. Bebês são um reflexo da mãe. Se estamos bem, eles estão bem.
Gostaria de, na época de recém nascido do Lipe, ter confiado um pouco mais na minha capacidade de alimentá-lo, de acalmá-lo, de acalentá-lo. Hoje me pergunto se ele foi mesmo tão chorão quanto eu me lembro. E me surpreendo ao descobrir que existem recém-nascidos que dormem durante o dia, que ficam um pouco no berço ou no carrinho, que são capazes de adormecer sozinhos se estão cuidados e confortáveis, que permitem que a mãe cuide de outras coisas de seu universo.
Quando engravidei da Nina, lembro que disse para o Ri que quem sabe aquela "nova chance" não serviria para mudar esse conceito pesado que eu havia adquirido, sobre o quão difícil é a vida com um recém nascido. E, graças a Deus, assim está sendo!

Lipe, meu menino... desculpe por eu não estar tão preparada quando você chegou! Eu sempre tive todo o amor do mundo pra te dar, mas era um sentimento tão novo e tão grande que chegava a ser apavorante... e hoje sei que não fui o "porto seguro" que você precisava... Espero estar aprendendo com a maternidade a cada dia, e espero ser uma mãe cada vez melhor pra você, como você merece, meu amor!
Nina, minha boneca... você ganhou uma mamãe mais tranquila e experiente, mas por outro lado "perdeu" por não receber dedicação exclusiva... Você é tão pequenininha e já consegue adormecer sozinha em seu berço, quando a mamãe precisa te colocar lá um pouquinho para cuidar do seu irmão... Passa outros tantos momentos no carrinho, quando o colo da mamãe está ocupado. Mas tenho certeza que logo você saberá que, na verdade, não perdeu. Porque junto com isso você ganhou um irmão lindo e fofo que será seu companheiro pra vida!...