sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

“Mamãe trabalha fora”

Esses dias, sei lá eu porque, estão rolando altas discussões nos grupos de mães do Facebook sobre um dos assuntos que mais geram polêmica na maternagem: mãe trabalhar ou ficar em casa.

Engraçado como saem discussões acaloradíssimas nesse sentido! Eu mesma, vira e mexe, participo de alguma delas, defendendo meu ponto de vista e minha escolha. Ontem mesmo comentei um post no grupo e outro na página pessoal de uma amiga.

Mas aí me dei conta de uma coisa: que o melhor lugar para eu fazer esse tipo de registro é aqui, no blog. Para que, no futuro, seja lido pela pessoa mais interessada (ou seria a única?) nesse assunto: meu filho!

Filho amado, ao contrário do que possa parecer, não te escrevo isso para me "justificar" de nada. Até porque é meio óbvio que, sendo sua mãe, TODAS as decisões que eu tomo são sempre buscando o melhor pra você. Claro que vou errar muitas e muitas vezes ao longo das nossas vidas, mas sempre com a intenção de acertar. Eu não sou dona da razão e quem sabe se daqui a alguns anos eu vou constatar que fiz errado? Mas, enfim, e como você sabe tão bem, hoje a minha opção foi por não parar de trabalhar.

E fiz isso, meu amor, POR NÓS DOIS! Ou melhor, por nós três (podemos incluir o papai nessa também!).

Fiz isso porque, quando você chegou e mesmo bem antes, seu pai trabalhava numa empresa bem instável e jamais poderíamos correr o risco de ficar sem renda nenhuma em casa (ainda mais com você nas nossas vidas!).

Fiz isso porque o meu salário é bem relevante em casa e paga muitas das contas importantes.

Fiz isso porque, só com o papai trabalhando, certamente te privaria de coisas que os outros podem dizer que são "banais", mas que sei que te farão feliz ou mais preparado para enfrentar o mundo no futuro.

Fiz isso porque te dar conforto e tranquilidade é sim importante pra mim e pro seu pai.

Fiz isso porque acredito que me manter ativa profissionalmente faz de mim uma pessoa melhor, mais equilibrada, mais centrada e, por consequência, você se beneficiará disso.

Fiz isso porque tenho um emprego que só conseguiria outro igual em um milhão de anos, e isso sem dúvida beneficia toda a nossa família.

Fiz isso porque cresci vendo sua vovó passar a vida cheia de problemas, de frustrações, de tristezas, de vazios, e SEMPRE acreditei que se ela tivesse outras atividades além de cuidar da casa e das filhas, tudo seria diferente.

Fiz isso porque fui educada de modo a acreditar que é possível - embora difícil - conciliar todas essas coisas.

Fiz isso por receber muito incentivo do seu pai, que sempre acreditou que eu daria conta de desempenhar bem os dois papéis.

E fiz isso, principalmente, por acreditar que posso ser boa mãe, que posso estar presente, que posso contribuir para que você se torne uma pessoa feliz e segura, que posso acompanhar as maravilhas de ver uma pessoinha (você!) em formação, mesmo passando algumas horas do dia fora de casa.

Claro que perderei muitas coisas, das simples às impagáveis. Mas tenho certeza que ganhamos outras também! E essa mesma sensação eu teria se a escolha fosse outra!

Não me sinto mais "terceirizando" sua criação, meu amor, como cheguei a sentir logo que voltei ao trabalho. Hoje sou uma mãe muito mais segura e sei que meu papel na sua vida é meu e ninguém tira! Sou eu que estarei lá SEMPRE que você precisar, de uma forma ou de outra, ainda que conte com outras pessoas para serem meus olhos em alguns momentos do dia. Tenho certeza que é para os MEUS BRAÇOS e para o MEU COLO que você correrá quando precisar de mim – exatamente como faz hoje, mais de um ano após meu retorno ao trabalho. É MEU o seu maior sorriso ao fim de cada dia, recheado de satisfação quando nos reencontramos.

E é SEU todo o meu tempo ao seu lado. É seu de verdade, porque é com você que estou nessas horas, de corpo, alma e coração!

É isso, meu amor... são todas essas questões que pautaram minha escolha, e hoje me sinto feliz e realizada com ela e com a nossa vida, apesar da correria de sempre. E, não bastasse tudo isso, ainda tenho uma super certeza de que você sempre sentirá muito orgulho da sua mãe!

Só nunca se esqueça de que, hoje, e daqui pra todo o sempre, TUDO o que eu e seu pai fizermos, será pensando primeiramente em você, na sua felicidade, alegria e satisfação. Porque você é nosso mundo, nossa vida e nossa prioridade, sempre!


<3 <3 <3


2 comentários:

  1. Acho sim que o tr0balho é importante, é fundamental para a mulher. Isto é inquestionável por N razões, e cada um conhece as suas. A grande maioria das mulheres sofre porque hoje, infelizmente, o mercado brasileiro dá pouca importância à maternidade. Difícil encontrar empresas compreensivas com as mães, com suas necessidades e com as necessidades dos filhos. É muito injusto e cruel. O buraco é mais embaixo: a questão não é trabalhar ou não trabalhar, mas como o mercado trata as mães que querem ou precisam estar no mercado de trabalho. Uma amiga foi demitida assim que voltou de licença sob a justificativa de que não daria a mesma atenção ao trabalho porque agora era mãe. :/
    Eu só trabalho onde estou porque (além do meu marido bancar 90% ou mais das contas da casa) tenho uma chefia super compreensível, que me deu possibilidade de fazer meu horário para que eu pudesse estar mais tempo com Alice. Para mim isto é fundamental.
    Sou jornalista. A maioria das minhas colegas saiu de onde estavam (jornais diários) por conta da carga horária extensa (12h/ por dia ou mais) e dos fins de semana trabalhando. Nestas condições eu sairia tb.
    Uma amiga um dia lamentava o fato de ter saído de jornal onde trabalhava para estar mais com o filho. Eu disse para ela que isso era um investimento emocional para pequeno, que tem 1a8m. Eu acredito nisso.
    Então Rê, temos que aproveitar com muita qualidade, dando carinho, apoio e educação, o tempo que temos com nossos filhos!!!

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  2. Rê,
    Assino embaixo de TUDO que você comentou e pontuou!
    Sem mais, deixo beijos pra vcs!

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