quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Dias cor-de-rosa...

Os dias passam e aos poucos, vou me descobrindo - e redescobrindo - como mãe de dois.

E a descoberta mais incrível de tudo isso é que, caramba... até que não é tão difícil assim!!!

Quando me descobri grávida do segundo filho, e cada vez que pensava na minha vida com duas crianças pequenas, batia meio que um ligeiro "desespero"... rs! Não imaginava ser possível me desdobrar em duas, com toda a rotina e necessidades do Felipe.

Mas hoje, que essa é nossa realidade, vejo que é possível e que é TÃO BOM! Claro, é bem corrido e cansativo, o papai tem que ajudar muito (e graças a Deus atualmente ele está tão mais disponível, depois de ter mudado de trabalho!), não sobra tempo para a gente pois cada segundinho é deles. Mas a coisa vai, e flui, e nisso já se passaram os temidos três primeiros meses de vida da Nina, os três primeiros meses do Lipe como irmão mais velho e os três primeiros meses meus e do Ri como "pais de dois".

Obviamente, em alguns momentos "o bicho pega" e a vontade é literalmente se "enfiar em um buraco qualquer". Como quando os dois começam a chorar ao mesmo tempo. Como quando os dois querem comer ao mesmo tempo. Como quando as necessidades coincidem e não dá pra dividir.

Outro dia foi assim à noite. Nina estava dormindo, deixei-a com o pai e fui cuidar da rotina de dormir do Lipe (que ultimamente, nessa hora, só aceita a mim). Dei a mamadeira, escovamos os dentinhos, rezamos para o Papai do Céu, e deitamos juntos na caminha dele para dormir, como todas as noites. Só que nesse dia ele simplesmente não pegava no sono! E eis que chegou a hora da pequenina mamar, e ela não queria mais saber de esperar.

Falei pra ele: "filho, a mamãe vai dar o tetê da Nina que ela está com fome! Espera só um pouquinho que eu já volto, tá bom? O papai vai ficar com você enquanto isso!".

E eis que ele abraça a Tasha dele, vira para o lado quietinho e eu penso: "ele entendeu, que bom!". Exatamente nessa hora eu vejo o queixinho dele tremendo e lágrimas grossas e abundantes escorrendo pelo rosto. E ele começa a chorar inconsolavelmente! E meu coração ficou do tamanho de um grão de areia!

Conclusão: peguei a pequena, coloquei pra mamar, sentei na cama dele com ela no colo de um lado, ele deitado no meu colo do outro, e lá fiquei, por longos minutos e com as costas em frangalhos! rsrs... Ela acabou de mamar, dei para o papai fazer arrotar e deitei com ele de novo. E aí, em exatos dois minutos, ele finalmente adormeceu!

Então a lição que vamos tirando é que, com jogo de cintura, ajeita-se tudo. Não sei como ficarão as coisas quando eu voltar ao trabalho, em menos de dois meses. Certamente serão mais difíceis. Mas hoje já sei que, de uma forma ou de outra, com muito ou pouco cansaço e correria, tudo se ajeita.

Felipe já é apaixonado pela irmã. Faz carinho, dá beijinho, chama de "pincesa", fala que ela é tão "pititica" e reza por ela todas as noites.

Marina já é apaixonada pelo irmão. Quando vamos buscá-lo na escola, ela vai no bebê-conforto espiando a rua, o movimento. Mas basta o irmão entrar no carro para ela virar o rosto para ele e ficar hipnotizada o caminho todo, observando cada movimento, cada frase, cada gesto dele. Às vezes colocamos os dois juntos na cama, um ao lado do outro, para trocar ou simplesmente para ficar de preguiça, e ela também gruda o olhar nele e dá risadinhas. Tudo lindo de se ver!

E nós, bom, nós já somos perdida e irremediavelmente apaixonados pelos dois! Mal consigo me lembrar ou conceber minha vida sem OS DOIS.

E hoje entendemos, perfeitamente, essa história de que amor se multiplica. A um grau inimaginável. Basta se ter mais de um filho pra saber!!! :-)

Incrível como com o segundo filho, tudo é tão mais difícil e tão mais fácil!

Contraditório? Não, nem um pouco... Só quem é mãe de dois (ou de mais) vai entender...


É muito mais difícil porque agora são dois serzinhos demandando sua atenção, e você infelizmente continua sendo uma só...

É mais difícil porque seu dia continua tendo vinte e quatro horas, mas as obrigações e tarefas parece que quadriplicaram! (se já era difícil tomar um banho antes, agora se prepara!!! rs...)

É mais difícil porque a lei de murphy existe, e na hora que um acorda de madrugada, há grandes chances de o outro acordar também... ou, pra ser um pouco menos otimista, há chances maiores ainda de eles revezarem seus períodos de atividades noturnas, não sobrando nenhuma horinha pra você mesma dormir...

É mais difícil porque você tem que administrar necessidades físicas e fisiológicas com necessidades emocionais de cada um deles, e pela diferença de idade, elas são demasiadamente distantes e diversas.

É mais difícil porque, invariavelmente, o mais novo sempre vai precisar mamar ou dormir ou trocar a fralda naquela hora que o mais velho tanto precisa de você.

Mas, sim, é TÃO mais fácil!!!

É mais fácil porque você já sabe tudo, ou quase tudo, o que terá pela frente.

É mais fácil porque você já conhece sua capacidade de manter viva aquela pessoinha frágil, e confia muito mais nisso.

É mais fácil porque você já desenvolveu técnicas e estratégias com o primeiro e instintivamente lembra de tudo, ou quase tudo, com o segundo - e as aperfeiçoa!

É mais fácil porque você já aprendeu na pele que aquela baboseira toda de "encantadora de bebês" e afins não serve pra nada, e nem perde seu tempo tentando descobrir porque nada daquilo dá certo com você!

É mais fácil porque você já sabe o que é cólica, o que é lutar contra o sono, o que é esperar séculos pra arrotar, o que é bebê enjoado sem motivo aparente, o que é bebê que perde o sono de madrugada, o que é nascimento de dentes, o que é pico de crescimento e salto de desenvolvimento, o que é preparar uma refeição, comer, lavar louça e escovar os dentes nos quinze minutos de um cochilo, que é febre e doencinhas (tá bom, esse último a gente tira da lista, mãe nunca vai lidar bem com essa parte, seja o primeiro ou o décimo filho!).

E, principalmente, é mais fácil porque você já sabe que tem muita coisa chata na maternagem SIM, mas você sabe, com toda a certeza do mundo, que tudo isso PASSA! E passa logo! E que a cada fase superada, seu amor por aquela pessoinha aumenta incrivelmente e as recompensas por tanto esforço e doação também!

Obrigada, meu Deus, pela oportunidade de ser mãe de dois! E por viver essa nova maternidade de forma tão mais leve, natural, intensa e gostosa!

O cansaço é enorme! Mas o amor transborda e consegue ser maior, muito maior!!!

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